FIM DO ACORDO ENTRE BOEING E EMBRAER
05/05/2020 • Releases
A maior negociação da história do setor aeroespacial brasileiro não avançou. A norte-americana Boeing e a brasileira Embraer planejavam uma joint-venture composta pelo negócio de aviação comercial da Embraer e uma segunda joint venture para desenvolver novos mercados para a aeronave de transporte aéreo médio e mobilidade C-390 Millenium. Negócio cancelado. A Boeing anunciou no sábado (25/4) a rescisão do acordo que daria à gigante o controle sobre a divisão de aviação comercial da Embraer. Firmado em 2018, o negócio – então avaliado em US$ 4,2 bilhões – previa a criação de uma empresa conjunta que ficaria sob comando da Boeing, com 80% de participação. A Embraer ficaria com os 20% restantes, e poderia vender a sua parte para a americana.
Com a crise do Covid-19 a indústria de aviação deve amargar, segundo especialistas do setor, um prejuízo de mais de US$ 100 bilhões. A Boeing sentiu uma dupla crise: os problemas técnicos com sua aeronave 737 MAX e a pandemia de Covid-19. Para se ter ideia, o preço de suas ações desabou de R$ 1.820, no final do ano passado, para R$ 716 na última sexta-feira, dia 24. Por causa disso a empresa pediu um auxílio de US$ 60 bilhões ao governo americano. Para quem acompanha o mercado, esse cenário pode ter motivado a companhia a cancelar o acordo. Em comunicado, a Boeing responsabilizou a Embraer pelo cancelamento, afirmando que "exerceu seu direito de rescindir (o contrato) após a Embraer não ter atendido as condições necessárias”, sem especificar que condições eram essas.
A Embraer, por sua vez, acredita firmemente que a Boeing rescindiu indevidamente o Acordo Global da Operação (MTA) e fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação e pagar à Embraer o preço de compra de U$ 4,2 bilhões. A empresa acredita que a Boeing adotou um padrão sistemático de atraso e violações repetidas ao MTA, devido à falta de vontade em concluir a transação, sua condição financeira, ao 737 MAX e outros problemas comerciais e de reputação. A Embraer acredita que está em total conformidade com suas obrigações previstas no MTA e que cumpriu todas as condições necessárias previstas até 24 de abril de 2020. A empresa buscará todas as medidas cabíveis contra a Boeing pelos danos sofridos como resultado do cancelamento indevido e da violação do MTA.
Vida que segue. A Embraer é uma empresa com mais de 50 anos de experiência. Bem-sucedida, eficiente, diversificada e verticalmente integrada, com histórico de sucesso no atendimento a clientes com produtos e serviços. É uma exportadora e desenvolvedora de tecnologia, com atuação global em aviação de defesa, executiva e comercial.
Fonte: Embraer, G1, DW, Infomoney