ANFAVEA APOSTA NA RECUPERAÇÃO DO MERCADO EM 2022
Gühring
Mas o primeiro mês do ano não trouxe bons indicadores para o setor
Segundo balanço divulgado recentemente pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o primeiro mês do ano não trouxe bons indicadores para a indústria automobilística, mas o contexto ajuda a explicar essa largada com o freio de mão puxado.
Historicamente, o primeiro bimestre tem as piores médias de vendas de veículos no ano, por conta de paradas nas fábricas, feriados, férias escolares e um natural desaquecimento após a alta que geralmente ocorre em dezembro. Porém, este janeiro foi especialmente complicado para o setor automotivo. A produção de 145,4 mil unidades foi 27,4% inferior à de janeiro de 2021. Como no ano passado, o mês foi mais curto na prática, com média de 17 dias úteis, se levadas em conta as férias coletivas prolongadas em boa parte das fábricas.
A diferença neste ano foi uma mistura da já conhecida escassez de componentes eletrônicos com os impactos da variante ômicron sobre a força de trabalho. As associadas da Anfavea reportaram índices sem precedentes de absenteísmo, por conta de afastamentos de funcionários por covid-19 ou por suspeita da infecção.
As vendas internas também sofreram as consequências da falta de oferta e de problemas no varejo. No total, 126,5 mil veículos foram emplacados, um recuo de 26,1% sobre janeiro do ano anterior.
O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, aposta numa boa reação do mercado para este ano, apesar deste janeiro frustrante. “Os problemas causados pela ômicron deverão ser amenizados nos próximos dois meses, permitindo um quadro mais próximo da normalidade em todas as atividades. Não teremos todos os semicondutores que precisamos este ano, mas o nível de escassez será menor que em 2021. Portanto, o único sinal de alerta é para a alta dos juros acima do que era esperado. Isso pode desaquecer o mercado, caso não haja contrapartidas que tragam algum alívio para o orçamento dos consumidores”, concluiu Moraes. (fonte: Imprensa/Anfavea)