Só duas em cada dez empresas têm estratégia de inovação aberta no Brasil
As parcerias entre empresas e startups, universidades e instituições de pesquisa são cada vez mais frequentes. Essa união, quando feita com a finalidade de inovar, é conhecida como inovação aberta. Ela já é realidade há duas décadas em países mais inovadores, como Estados Unidos, Israel e Alemanha, onde grande parte das universidades mantém departamentos dedicados a colaboração com empresas e transferência de tecnologia. No Brasil, a inovação aberta não é mais novidade no mercado, mas os casos de parcerias para inovações em processos e produtos ainda são tímidos, com mais frequência em grandes empresas.
De acordo com Gianna Sagazio, diretora de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a inovação aberta será cada vez mais importante para as empresas inovarem no Brasil e no mundo, especialmente em meio à crise gerada pelo coronavírus e no momento pós-pandemia. Ela considera que as parcerias se mostram imprescindíveis neste período em que inovar com celeridade se tornou fator essencial para a sobrevivência de empresas. Segundo ela, as startups têm um papel fundamental para a aceleração da inovação no país. “Está claro que a inovação corporativa realizada em conjunto com startups é uma alternativa viável de inovação rápida e com menores riscos associados”, completa.
Recente pesquisa da CNI realizada junto a 402 médias e grandes empresas, revelou que só duas em cada dez empresas possuem programa ou estratégia de inovação aberta (30% entre as grandes empresas e 18% entre as médias). A fim de estimular a inovação aberta e a agenda de inovação no Brasil, a CNI firmou parceria, anunciada no último dia 1º de julho, com o SOSA, que tem sede em Israel, um dos países mais inovadores do mundo. A empresa desenvolveu uma das principais plataformas de inovação aberta no mundo, que hoje reúne mais de 15 mil startups prontas para gerar soluções para empresas e investidores em todo o mundo. O SOSA conta com hubs de inovação em mercados estratégicos, como Nova Iorque e Londres.
Segundo a diretora de inovação da CNI, antes de iniciar qualquer estratégia de inovação aberta é importante que a empresa conheça suas próprias capacidades e pontos de melhoria em sua estratégia de inovação. Essa é uma das dicas para ampliar a inovação nas empresas. A jornada da inovação aberta é longa e arriscada, mas quando bem planejada resulta em retornos econômicos e estratégicos fundamentais para a sustentabilidade da empresa no mercado no longo prazo. (fonte: CNI)