PAÍS SUSTENTÁVEL REQUER INDÚSTRIA FORTE E COMPETITIVA
Gühring
Para a CNI o setor industrial nunca foi tão vital para a economia brasileira
Segundo dados do IBGE e do Ministério da Economia, em 2019, o setor industrial respondeu por 21,4% do PIB brasileiro. Em função de sua extensa cadeia de fornecedores, cada R$ 1 produzido na indústria gera R$ 2,40 na economia nacional como um todo. Nos demais setores, o valor é menor: R$ 1,66 na agricultura e R$ 1,49 em comércio e serviços.
O segmento industrial emprega 9,7 milhões de trabalhadores que garantem o sustento de suas famílias, o equivalente a 20,4% dos empregos formais do país. Destes, 6,8 milhões estão alocados apenas na indústria de transformação. E os que possuem ensino superior completo ganham 33% a mais do que a média do país, contribuindo para o aumento da renda per capita dos brasileiros. Tem mais: a indústria representa 69% das exportações brasileiras de bens e serviços, 69% dos investimentos em P&D da iniciativa privada e 33% da arrecadação de tributos federais.
” O setor industrial nunca foi tão vital para a economia brasileira. Com a crise desencadeada pela pandemia do coronavírus, o país sentiu como o setor consegue inovar, assimilar tecnologias e desenvolver produtos. Um país do tamanho do Brasil não consegue ser sustentável sem uma indústria forte e competitiva”, ressalta o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.
Andrade salienta que a indústria nacional viabiliza o desenvolvimento de serviços de alto valor agregado, como pesquisa científica, design, logística e marketing. “Tanto a agricultura brasileira, que está entre as mais competitivas do mundo, quanto o setor de comércio e serviços dependem de uma indústria forte”, diz.
O Brasil reúne uma série de fatores que acabam desestimulando o empreendedorismo e a atividade produtiva, como a burocracia e as elevadas taxas de impostos. A legislação básica, regulatória e institucional precisa jogar a favor de quem deseja abrir e manter um negócio – e não contra. Esse é um desafio para o Congresso, o Poder Executivo, o Judiciário e para toda a sociedade.
Andrade ressalta que o país precisa de uma política industrial que olhe para o futuro, baseada no aumento da produtividade e na transformação das estruturas produtivas. “Os investimentos públicos e privados em ciência, tecnologia e inovação são peças-chave para o país desenvolver modelos de produção e de negócios conectados com a indústria 4.0 e com a economia de baixa emissão de gases do efeito estufa”.
O desafio para a retomada do crescimento sustentado é reduzir ao máximo o chamado Custo Brasil. O Brasil precisa de um ambiente favorável aos negócios, que ofereça segurança jurídica, melhore as expectativas e estimule o investimento, o crescimento econômico e o desenvolvimento social. Por isso precisamos avançar nas reformas estruturais, sobretudo a tributária e a administrativa.
A indústria precisa de uma economia organizada, com regras claras, com soluções adequadas para os principais obstáculos sistêmicos que reduzem sua competitividade, passando pela questão logística, pelos custos de energia e pelas relações de trabalho. (fonte: CNI)